Suavemente - assim ela passava a mão sobre sua barriga, acariciando sua filha, e cantando uma canção infantil - estava visivelmente ansiosa, e ao mesmo tempo emocionada. Bem devagar e sem fazer nenhum barulho, seu marido se aproximou, a abraçou - ela sorriu, os dois se beijaram - ele disse, eu te amo. Ela, que estava com saudade, os dois se beijaram novamente - depois, passando a mão na barriga dela, brincava dizendo que sua filha com certeza, teria a beleza da Mãe, e o charme do Pai. Ela dizia que à filha teria a inteligência do Pai, e a força da Mãe - e assim a brincadeira foi longe, embora a fisionomia, a personalidade - estes detalhes ainda por eles fossem desconhecidos. O amor de um para o outro, e dos dois para a filha crescia incondicionalmente - e isso, é o que importava. No outro dia, ela amanheceu indisposta, Pai de primeira viajem - bateu o desespero, queria levá-la ao hospital a todo custo, mas ela o acalmava dizendo que não era ainda o momento de sua filha nascer - era somente um mal estar. Mesmo assim, ele pediu dispensa do emprego, e fez questão que ela não fizesse nada mais naquele dia. Ele lavou as louças, a casa, as roupas, fez almoço e jantar - fez tudo para preservá-la. Enquanto ela assistia à sua novela preferida deitada no sofá - ele sentou-se no chão, encostando sua cabeça na barriga dela - ela passava sua mão tão pequena, e macia sobre seus cabelos - cansado, ele acabou adormecendo. Algumas semanas depois, o momento tão esperado chegou, ele a levou para o hospital - ela sentia fortes dores, ele segurava forte a sua mão, ela fazia força, muita força e gritava, sentia muitas dores - ele chorava feito uma criança, ficou o tempo todo dando forças a amada. De repente um chorinho, se fez ouvir naquela sala - ela nasceu grande, e o melhor de tudo, saudável. Quando a Médica se aproximou com a criança nos braços - nenhum dos dois conseguiu segurar a emoção, e choraram. Ela a abraçava como se fosse seu mundo, e era mesmo - ele ficava olhando, embasbacado, emocionado, vivendo um sonho, sorriso largo, coração disparado - nunca tinha sentido nada igual. Dias depois, eles estavam em sua casa, casa cheia - família toda reunida comemorando à chegada daquele pequeno anjo. Feliz, ele dizia que a filha era linda como a Mãe, do jeito que tinha imaginado - já a Mãe, dizia que ela tinha os olhos do Pai. Vovós e Vovôs quase que brigavam no bom sentido - cada um, querendo mimar mais a netinha. Definitivamente, aquela criança foi uma união, uma felicidade imensa - uma grande bênção para aquela família!!
__________Eumacle Amaral
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